“Presenciamos, desde a pandemia um período de grande volatilidade no setor, ampliada pelas questões geopolíticas. Por isso, é muito prematuro tomar qualquer decisão sobre reajustes ou mudanças de estratégia nesse momento”, projetou Almeida, após ser questionado pelo Petronotícias. “Hoje (ontem), presenciamos uma amplitude de preços do Brent superior a US$ 8. É natural que as empresas esperem que a tendência, de alta ou redução, seja confirmada antes de tomarem suas decisões de alterar preços. O momento é de cautela”, acrescentou.
A OPEP+ (que inclui os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia) deve reunir-se para decidir sobre a produção de abril. Durante a semana, antes do início da guerra, alguns membros do cartel já chegaram a sinalizar que mesmo o barril acima dos US$ 100 não aceleraria os planos do grupo. A ideia da OPEP + é adicionar 400.000 barris por dia de petróleo ao mercado a cada mês.
O presidente do IBP acredita que para equilibrar a questão de oferta e procura por petróleo e derivados, o segmento mundial de exploração e produção deveria receber um volume ainda maior de investimentos. “Em relação ao descasamento ‘oferta x demanda’, verificado desde a retomada econômica pós pandemia, faz-se necessário ampliar os investimentos em E&P para patamares superiores a US$ 500 bi por ano para que o déficit seja sanado. Neste ano, prevê-se algo acima de US$ 420 bi, um pouco acima dos US$ 350 bilhões de 2020”, projetou Almeida.
No início do ano, uma estimativa da Rystad Energy indicava que o setor de energia mundial deveria receber US$ 628 bilhões de investimentos como um todo, uma alta de US$ 26 bilhões a mais do que o registrado no ano passado. Segundo a previsão, a América Latina responderia por 24% de todos os projetos de produção em águas profundas sancionados em 2022, puxados especialmente pelo Brasil e pela Guiana.
Fonte: Petronotícias