Prêmio Mulheres Brasileiras na Química celebra a diversidade na ciência

Pesquisadoras da USP, Universidade Federal de Goiás e da Lychnoflora recebem a premiação da Sociedade Americana de Química e da Sociedade Brasileira de Química
Pesquisadoras da USP, da Universidade Federal de Goiás e da Lychnoflora receberam quinta-feira (2/6) o 5º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química e Ciências Relacionadas, oferecido pela Sociedade Americana de Química (ACS, sigla em inglês), em parceria com a Sociedade Brasileira de Química (SBQ).
As ganhadoras foram Ohara Augusto, da Universidade de São Paulo (USP), Thais Guaratini, da empresa Lychnoflora, e Carolina Horta Andrade, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
A premiação tem o apoio da C&EM (Chemical & Engineering News) e CAS (uma divisão da ACS), e foi entregue em Maceió, durante a 45ª Reunião Anual da SBQ.
O objetivo do prêmio é promover a igualdade de gênero em ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil e de avançar na compreensão do impacto da diversidade na pesquisa científica e no campo da química.
“As três vencedoras fizeram trabalhos excepcionais, que mostram a grande qualidade de nossas pesquisadoras”, afirmou o presidente da SBQ, Romeu C. Rocha Filho. “Este prêmio ganha importância ano após ano, enaltecendo o impacto cada vez maior das cientistas brasileiras neste campo fundamental para o nosso desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.”
“Mais uma vez, temos a satisfação de homenagear as pesquisadoras do Brasil, um país com uma rica diversidade cultural e enorme talento científico”, disse Bibiana Campos Seijo, editora-chefe da C&EN e vice-presidente do C&EN Media Group. “Acreditamos que além do reconhecimento, este é um incentivo para aumentar o interesse e motivar a carreira de novas cientistas brasileiras.”
Para Denise Ferreira, gerente nacional da CAS para o Brasil, este prêmio reforça o momento de investir nas cientistas brasileiras e em seu potencial. “A cada ano, as pesquisadoras brasileiras ganham mais espaço e mostram o seu valor. Esse talento precisa ser reconhecido e incentivado”, afirmou.
Cada vencedora recebeu US$ 2 mil (cerca de R$ 11 mil) em dinheiro, um SciFinder ID válido por 1 ano, assinatura gratuita da ACS por 3 anos e um certificado de prêmio e troféu.
As vencedoras do 5º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química
Ohara Augusto – Universidade de São Paulo (USP)
Vencedora na categoria Líder Acadêmica. Este prêmio reconhece uma acadêmica que fez contribuição importante para o impacto global e social na pesquisa científica em química e áreas afins. Ela está sendo homenageada por suas importantes contribuições para a compreensão da formação e da atuação de radicais livres e oxidantes em sistemas biológicos. Seus trabalhos levaram à caracterização de oxidantes envolvidos em processos infecciosos e inflamatórios e de oxidantes derivados de dióxido de carbono (CO2 ) e à descoberta de uma modificação oxidativa que ocasiona agregação de proteínas. Ela foi ainda responsável, junto com a professora Shirley Schreier, pela criação do laboratório de espectroscopia paramagnética eletrônica (EPR) no Instituto de Química da USP, que serviu para atrair e incentivar um grande número de novos pesquisadores nesta área da química.
Thais Guaratini – Lychnoflora
Vencedora na categoria Líder na Indústria. Este prêmio reconhece a profissional que trabalha na indústria química cujas pesquisas e inovações criativas levaram a descobertas que contribuíram para o sucesso comercial e para o bem da comunidade e da sociedade. Guaratini é fundadora da Lychnoflora, uma spin-off da Universidade de São Paulo que oferece serviços para organizações de setores farmacêutico e alimentício, entre outros. Durante a pandemia esteve envolvida em pesquisas sobre reposicionamento de fármacos e a empresa atuou dando suporte para o acondicionamento da vacina contra a Covid-19. Além disso, ela participa do quadro societário da empresa Heborá, colaborando com o desenvolvimento de produtos para a saúde utilizando matérias-primas de abelhas nativas. Nesse ponto, a pesquisa está associada a um programa social de transferência de renda a mulheres do campo, através da atuação em assentamentos rurais.
Carolina Horta Andrade – Universidade Federal de Goiás (UFG)
Vencedora na categoria Líder Emergente. Este prêmio reconhece as realizações de uma jovem cientista química. Ela se destaca por seu trabalho no campo da Química Medicinal Computacional e utilização de inteligência artificial para a descoberta de novos medicamentos para doenças negligenciadas e vírus emergentes, como leishmaniose, esquistossomose, tuberculose, malária e Zika. Ela ainda coordena projeto em parceria com países do BRICS (que reúne Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul), na busca de fármacos contra a Covid-19. Carolina Andrade ainda está engajada na causa da igualdade de gêneros na ciência e se empenha em incentivar e ajudar jovens e mulheres que buscam carreiras científicas. A cada ano, ela ensina aproximadamente 40 estudantes de graduação femininas.
Sobre a ACS e seus parceiros
A American Chemical Society (ACS) é uma organização sem fins lucrativos, licenciada pelo Congresso dos EUA. A missão da ACS é promover o empreendimento químico mais amplo e seus profissionais para o benefício do planeta e de sua população. A Sociedade é líder global no fornecimento de acesso a informações e pesquisas relacionadas à química por meio de várias soluções de pesquisa, periódicos revisados por parceiros, conferências científicas, e-books e periódicos semanais de notícias sobre Química e Engenharia. Os periódicos da ACS estão entre os mais citados, mais confiáveis e mais lidos na literatura científica. Entretanto, a própria ACS não realiza pesquisas químicas. Como especialista em soluções de informação científica (incluindo SciFinder® e STN®), sua divisão CAS capacita pesquisa, descoberta e inovação global. Os escritórios principais da ACS estão em Washington, D.C. e Columbus, Ohio.
Fotos: Rodrigo Barbosa/ACS/Divulgação
As pesquisadoras (a partir da esq.) Thais Guaratini (Lychnoflora), Ohara Augusto (USP) e Carolina Horta Andrade (UFG) recebem em Maceió o 5º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química
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