Pesquisadores desenvolvem enzima modificada que pode aumentar a produção de etanol de segunda geração
O grupo de pesquisadores da Unicamp em parceria com outros pesquisadores do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), descobriram um fungo encontrado na Amazônia, da espécie Trichoderma harzianum, responsável por produzir uma enzima com potencial para compor coquetéis enzimáticos que viabilizem um aumento na hidrólise de biomassa.
Atualmente, a descoberta de enzimas que sejam capazes de aumentar a produção de combustíveis de segunda geração, como por exemplo o etanol, é cada vez mais importante, uma vez que neste processo o uso dos coquetéis enzimáticos atuam juntas para degradar e converter carboidratos da palha e do bagaço da cana-de-açúcar, por exemplo, em açúcares simples.
Para tornar viável a enzima fúngica, os pesquisadores realizaram uma série de análises da estrutura da enzina, combinadas com técnicas de genômica e de biologia molecular, o grupo foi capaz superar os entraves e aumentar de forma significativa a eficiência no processo de degradação da biomassa.
“Verificamos que a proteína modificada que desenvolvemos é muito mais eficiente do que a enzima não modificada e pode ser usada para suplementar os coquetéis enzimáticos comercializados hoje para a degradação de biomassa e produção de biocombustíveis de segunda geração”, disse Clelton Aparecido dos Santos, pós-doutorando no Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética da Unicamp Santos à Agência FAPESP.
No processo da pesquisa em busca por uma melhor eficiência, Santos analisou, em colaboração com pesquisadores liderados pelo professor Paul Dupree, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, a eficiência da enzima modificada em relação à liberação de glicose na conversão de diferentes fontes de biomassa vegetal.
Após tal estudo, as análises mostraram que a eficiência da enzima modificada é 300% maior do que na proteína selvagem, além de aumentar a estabilidade térmica da enzima durante o processo de fermentação.
Informações: Jornal da Unicamp
O artigo “An engineered GH1 β-glucosidase displays enhanced glucose tolerance and increased sugar release from lignocellulosic materials” ( pode ser lido na revista Scientific Reports em www.nature.com/articles/s41598-019-41300-3.