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    Pedalar fortalece músculos, melhora sono e em áreas verdes pode trazer mais bem-estar mental

    O ciclismo ganhou popularidade no Brasil como uma modalidade de transporte e de exercício que pode trazer muitos benefícios à saúde. Em pesquisa feita na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, foi verificado que a prática de pedalar contribui para o aumento do bem-estar, principalmente quando ela é realizada em áreas verdes. Por meio de testes com grupos de ciclistas que utilizam diferentes ambientes para a atividade, o estudo mostrou que brasileiros têm o espaço natural como fator determinante na escolha dos locais de prática.

    Pedalar regularmente melhora a qualidade do sono e fortalece articulações e músculos. Porém, quando Emerson Barão, doutor na área de Ecologia Aplicada na Esalq e ciclista, percebeu que andar de bicicleta em ambientes naturais também poderia favorecer aspectos psicológicos, ele decidiu investigar essa condição por um viés científico. A tese do pesquisador foi desenvolvida no Laboratório de Áreas Naturais Protegidas (Lanp) e contou com o apoio do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

    Para compreender as relações entre ciclismo e bem-estar, Barão trabalhou com revisões teóricas e investigações experimentais. Usando testes psicométricos – instrumentos de avaliação utilizados por psicólogos –, foram realizados questionários presenciais em áreas urbanas, rurais, verdes e protegidas. “Temos medidas para validar, ver a consistência e a coerência da escala [psicométrica]. Não é só um questionário simples, já que essas escalas devem ser traduzidas para o idioma e validadas no contexto”, comenta o autor do estudo.

    Fatores como dados sociodemográficos, hábitos de ciclismo, bem-estar geral, estresse percebido e inclusão com a natureza foram avaliados com base nas respostas de 156 ciclistas amadores. O momento dessas respostas também foi considerado: a aplicação dos questionários se deu antes, durante e depois da realização da atividade física, com objetivo de verificar possíveis variações nos resultados.

    “Contrariando a hipótese inicial, a maioria dos resultados tende mais para o ciclismo em si do que necessariamente para a natureza”, diz Emerson Barão ao explicar que índices de redução do estresse e de melhoria do bem-estar foram observados em todos os tipos de ambientes analisados. O diferencial foi que, em ambientes mais naturais e arborizados, esses efeitos se mostraram potencialmente maiores.

    Outra conclusão importante foi a de que, quando perguntados em qual ambiente eles se sentem melhor, ciclistas de todos os contextos reportaram ter mais bem-estar em áreas verdes, “mesmo que a maioria dos ciclistas que foram avaliados utilizem áreas urbanas”, segundo o pesquisador. Essa condição se reflete na própria maneira de realizar o exercício, já que o contato com a natureza também se mostrou como o motivo principal na escolha dos locais de prática do ciclismo.

    De acordo com o trabalho, os participantes, independentemente do local onde estavam pedalando, relataram uma maior percepção de bem-estar ao se imaginarem pedalando em ambientes mais naturais, como trilhas, áreas rurais e parques. Em contrapartida, as percepções de bem-estar foram mais baixas ao se imaginarem pedalando em ambientes urbanos e rodovias.

    Ambientes de prática e perfis de ciclistas

    Além dos testes presenciais feitos com ciclistas brasileiros, o trabalho realizou um estudo comparativo sobre os efeitos psicológicos da prática do ciclismo no Brasil e em Portugal via questionários on-line. Um total de 707 ciclistas participaram da pesquisa, sendo 473 brasileiros e 234 portugueses. Mesmo que pedalar em diferentes ambientes estivesse associado a benefícios psicológicos em ambos os países, diferenças foram observadas em relação à forma e à intensidade que essas vantagens foram registrados.

    Enquanto em Portugal o aumento de bem-estar esteve mais relacionado à quantidade de horas pedaladas, o tempo que uma pessoa passa pedalando dentro de áreas verdes apresentou um efeito maior nos brasileiros. Emerson Barão sugere que a razão disso está nas diferentes dimensões e organizações territoriais dos dois países. “O Brasil tem uma população urbana bem maior e uma menor variação de ambientes naturais nos percursos. (…) Em Portugal, você sai de uma área urbana e rapidamente chega em uma área natural ou verde. Nossa amostra indica que o português já está com o efeito da natureza bem mais presente no dia a dia do que o brasileiro.”

    De acordo com o pesquisador, a tese tem características inovadoras ao propor estudar o ciclismo num contexto em que ele é praticado como uma atividade psíquica e não apenas como um exercício físico. Do ponto de vista ecológico, o maior uso da bicicleta em áreas verdes gera potenciais incentivos à saúde humana e planetária. “Permitir que o ciclista entre em uma área natural pode aumentar a sua conexão com ele. Além do bem-estar direto, também tem a possibilidade de mais atitudes pró-conservação e de valorização do território”, conclui Barão.

    A tese Bem-estar de ciclistas em diferentes ambientes: do urbano à unidade de conservação pode ser lida aqui.

    Mais informações: barao@ifsp.edu.br, com Emerson Barão

    *Estagiária sob orientação de Fabiana Mariz

    Matéria – Jornal da USP 

    Texto: Fernanda Zibordi*

    Arte: Simone Gomes

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