• A Revista Analytica é especializada em Controle de Qualidade das Industrias: Farmacêutica, Cosmética, Química, Biotecnologia, Meio Ambiente, Mineração e Petróleo.
analytica-blackanalytica-blackanalytica-blackanalytica-black
  • Home
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
    • Assine a Analytica
✕

Nova Técnica Simplifica o Monitoramento de Fármacos no Organismo

Procedimento pode auxiliar profissionais da saúde a avaliar a eficácia de tratamentos, bem como em perícias relacionadas à intoxicação por uso abusivo de medicamentos ou morte por overdose (foto: Henrique Fontes/IQSC-USP)

Um novo método desenvolvido por cientistas do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP) promete simplificar o processo para detectar a presença e determinar a concentração de medicamentos no organismo de uma pessoa.

Além de ser mais rápida e barata, a técnica exige uma quantidade bem menor de amostras de urina, sangue ou saliva de alguém que precisa passar por exames médicos. O procedimento pode ser um importante aliado dos profissionais da saúde no tratamento de pacientes acometidos por diversos tipos de doenças e até mesmo em perícias no caso de intoxicações por uso abusivo de fármacos ou mortes por overdose.

Os resultados obtidos no projeto geraram um artigo publicado na revista Molecules.

A metodologia foi aplicada em amostras de urina humana para identificar cinco tipos de antidepressivos e antiepiléticos muito usados no Brasil: carbamazepina, citalopram, desipramina, sertralina e clomipramina. Segundo os cientistas, em entrevista à Assessoria de Comunicação do IQSC-USP, monitorar a concentração de medicamentos presentes no organismo é importante, por exemplo, para avaliar a eficácia de um tratamento.

Se o paciente excreta uma porcentagem muito alta de certo fármaco pela urina, por exemplo, isso pode explicar por que o composto não está surtindo efeito esperado, permitindo que o médico mude a estratégia terapêutica. Outro motivo que mostra a relevância de se realizar esse tipo de avaliação na área médica é que, nas últimas décadas, o uso excessivo de alguns fármacos para fins recreativos tem preocupado organizações de saúde em todo o mundo. Esse hábito pode causar graves problemas de intoxicação, o que demanda análises precisas dos medicamentos ingeridos pelo usuário no caso de algum incidente.

O método consiste, primeiramente, em passar a amostra analisada por uma espécie de filtro para eliminar algumas impurezas que podem interferir no resultado. Depois disso, uma porção de urina é colocada dentro de um cromatógrafo líquido, onde um robô suga parte da amostra para que ela seja misturada com os solventes, compostos que ajudam a transportá-la até tubos bem finos, responsáveis por reter e separar os medicamentos.

Após essa etapa, os fármacos são encaminhados para outro aparelho, chamado espectrômetro de massas, que realiza a identificação e quantificação dos remédios. Todo esse processo é desenvolvido, otimizado e repassado previamente pelos cientistas a um computador, que executa as tarefas de forma automática.

“Diferentemente dos métodos tradicionais, que envolvem uma série de procedimentos manuais trabalhosos e demorados para preparar as amostras, nós conseguimos automatizar o processo, eliminando diversas etapas. Isso fez com que o tempo de análise caísse pela metade, passando de aproximadamente 16 minutos no método convencional para cerca de oito minutos com o nosso método”, explica Edvaldo Vasconcelos Soares Maciel, autor do trabalho e doutorando do IQSC-USP.

A nova metodologia pode ser adaptada para monitorar e detectar qualquer tipo de medicamento ou produto ingerível em outros tipos de fluidos biológicos, como a saliva e o sangue, e até mesmo ser utilizada em outras áreas, como meio ambiente e no ramo alimentício.

O método desenvolvido no IQSC-USP já foi validado e está pronto para ser incorporado à indústria ou transferido para hospitais que desejarem utilizá-lo. O projeto teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da FAPESP, no âmbito dos projetos “Cromatografia líquida em uma gota e seu acoplamento com espectrometria de massas: estratégias instrumentais, desenvolvimento de materiais, automatização e aplicações analíticas” e “Desenvolvimento de novos materiais e dispositivos para técnicas miniaturizadas de preparo de amostras na área de segurança alimentar”.

O artigo Multidimensional Liquid Chromatography Employing a Graphene Oxide Capillary Column as the First Dimension: Determination of Antidepressant and Antiepileptic Drugs in Urine pode ser lido em: www.mdpi.com/1420-3049/25/5/1092/htm.

Fonte: Agência FAPESP | Com informações da Assessoria de Comunicação do IQSC-USP.

Compartilhar

Artigos Relacionados

Microrganismos microscópicos em ambiente natural representando o papel biológico no equilíbrio climático e na mitigação do aquecimento global.
20 de outubro de 2025

Microrganismos e Mudanças Climáticas: o Poder Invisível na Mitigação do Aquecimento Global


Leia mais
Representação 3D do elemento químico sódio (Na) com símbolo da Tabela Periódica e blocos metálicos sobre fundo escuro, ilustrando pesquisas sobre baterias sólidas e novas tecnologias energéticas.
17 de outubro de 2025

Sódio: o rival promissor do lítio nas baterias do futuro


Leia mais
13 de outubro de 2025

Microplásticos: o desafio invisível e como a química está reinventando a solução


Leia mais

Leia a última edição

permution
Ohaus

Últimas notícias

  • Microrganismos e Mudanças Climáticas: o Poder Invisível na Mitigação do Aquecimento Global
  • Sódio: o rival promissor do lítio nas baterias do futuro
  • Resistência Antimicrobiana: o Desafio Científico que Desafia a Indústria Farmacêutica
  • Terras Raras, Lucro e Risco De Poluição
  • Microplásticos: o desafio invisível e como a química está reinventando a solução
  • Nobel de Química 2025 reconhece os pioneiros dos MOFs e a consolidação da química reticular
© 2020 . All Rights Reserved. Revista Analytica