Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e emprega 3,3% mais
O consumo de dispositivos médicos (DMs) no Brasil registrou alta de 10,6%, entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2023. Os dados acabam de ser divulgados pelo Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). O segmento de ‘Reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro’ foi o que mais cresceu (28,9%), seguido de ‘Próteses e implantes – OPME’ (4,6%) e ‘Materiais e equipamentos para a saúde’ (4,3%).
“Depois da ociosidade do período pandêmico, o mercado voltou a patamares de setembro de 2019. A expectativa é positiva, com a conscientização sobre prevenção e maior uso da medicina diagnóstica; adoção de novas tecnologias (robótica e IA) e o fato de a boa qualidade do serviço de saúde no Brasil torná-lo um hub para atendimento internacional (turismo médico). Tudo isso contribui para o aumento da demanda sobre produtos e serviços do setor. Por outro lado, as fusões e aquisições – concentração de empresas e verticalização de planos-hospitais e prestadores de serviços de diagnóstico – pressionam preços e margens de produtos”, analisa o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
Os números também são positivos no comércio exterior. As importações registraram crescimento de 19%, no mesmo período analisado. Foram comercializados US$ 6.052 milhões. As exportações de DMs somaram US$ 616 milhões, uma alta de 8%.
A taxa de emprego subiu 3,3% com a abertura de 4.778 vagas nas atividades industriais e comerciais do setor. São 149.375 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. O segmento que mais abriu oportunidades foi o de ‘Comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, ortopédico e odontológico’, com incremento de 1.587 vagas preenchidas.
“A alta nas internações, cirurgias e exames realizados no SUS contribuiu para o crescimento do setor”, afirma José Márcio Cerqueira Gomes.
Entre janeiro e setembro, foram realizadas 10,42 milhões de internações no SUS, 5,1% acima do verificado no mesmo período de 2023. As intervenções para “Diagnósticos em especialidades” foram as que mais cresceram: 18,4%; seguido de ‘Transplante de órgãos, tecidos e células’, com alta de 10,4%. As internações para tratamentos clínicos – que correspondem a quase metade do total – aumentaram 4%.
O número de cirurgias foi 8,1%, do que no mesmo período de 2023, com um total de 4,63 milhões. O destaque foi o incremento de 26% em ‘Cirurgia do aparelho da visão’, seguido de ‘pele, tecido subcutâneo e mucosa’, com alta de 18,9%.
A realização de exames na atenção ambulatorial do SUS teve elevação de 6,9%, ultrapassando a marca de 1 bilhão de exames, ante cerca de 936.031 milhões, nos nove primeiros meses do ano passado. Exames de ‘Diagnóstico em vigilância epidemiológica e ambiental’ aumentaram 27,7% e ‘Diagnósticos por tomografia’ registrou alta de 16,6%.
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Matéria – Medicina S/A
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