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    Manejo eficiente pode reduzir emissões de óxido nitroso no setor sucroenergético

    Pesquisa desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP demonstra que práticas de manejo agrícola adequadas podem mitigar as emissões de óxido nitroso (N₂O), um dos principais gases de efeito estufa associados à agricultura, e aumentar a sustentabilidade do setor sucroenergético. O estudo, conduzido por Emily Aquino Leite, engenheira agrônoma e pesquisadora, analisou o impacto de diferentes cenários climáticos na produção de cana-de-açúcar e suas emissões.

    A pesquisa partiu da crescente preocupação com a contribuição da agricultura para as mudanças climáticas, destacando que, embora a cana-de-açúcar seja eficiente no sequestro de carbono, o uso de fertilizantes nitrogenados e a palhada deixada no campo podem intensificar a liberação de óxido nitroso, gás com potencial de aquecimento global significativamente maior que o CO₂.

    Emily explica que a cana-de-açúcar foi escolhida como foco devido à sua importância econômica para o Brasil, que lidera a produção global, com cerca de 9 milhões de hectares cultivados anualmente. O setor é vital para a produção de açúcar, etanol e para a transição energética, especialmente considerando a mistura de etanol na gasolina. A pesquisadora conta: “Olhamos a produção brasileira como um todo, então consideramos os alinhamentos climáticos específicos para a cultura da cana-de-açúcar para simular nas suas regiões produtivas os três cenários climáticos de circulação global. São cenários socioeconômicos propostos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e cada um deles apresenta diferentes severidades de mudanças climáticas; quando a gente pensa nisso, são maiores concentrações de CO₂ que têm na atmosfera e que impactam no aumento da temperatura, na distribuição hídrica, por fluvialidade e frequência de chuvas”.

    Ela revela que é utilizado modelos como Samuca, para produtividade, e Cury, para emissões. A pesquisa constatou que, embora o aumento de CO₂ na atmosfera possa elevar a produtividade da cana em até 10%, as emissões de N₂O podem crescer entre 5% e 30%, dependendo do manejo adotado.

    Produtividade agrícola

    Emily destaca que, embora as mudanças climáticas e o aumento do CO₂ na atmosfera gerem preocupações sobre a produtividade agrícola, a cana-de-açúcar se mostrou eficiente na fotossíntese, com potencial de aumentar sua produção em até 10% em cenários moderados. Em um cenário sustentável ideal, em que o aquecimento global é controlado, a cultura não atingiria seu máximo produtivo, pois se beneficia do CO₂ atmosférico como fertilizante. No entanto, o estudo alerta que as emissões de óxido nitroso podem crescer entre 5% e 30% devido não apenas à adubação nitrogenada, mas também à palhada deixada no campo, que cria um ambiente úmido e favorece a ação de microrganismos no solo, intensificando a liberação do gás.

    Outro foco da pesquisa foi a eficiência no uso da água, já que cenários futuros podem incluir secas severas, aumentando os riscos para a produção. Quanto ao manejo de fertilizantes, o estudo reforça a necessidade de aplicá-los no momento correto, pois dias mais quentes intensificam as emissões de N₂O. Além disso, a pesquisadora sugeriu avaliar destinações alternativas para a palhada excedente, como seu uso na produção de etanol de segunda geração (2G), equilibrando a cobertura do solo e a redução de emissões.

    “A palhada da cana-de-açúcar é importante para manter o solo coberto, mas em excesso pode ser um problema. Será que faz sentido retirar essa palhada excedente e direcioná-la para o etanol 2G? Essa é uma discussão relevante para o setor”, pontua a pesquisadora.

    A modelagem computacional empregada no trabalho serve como ferramenta para orientar tanto produtores quanto políticas públicas, auxiliando na adaptação do setor às mudanças climáticas e na consolidação de uma transição energética sustentável. Os resultados reforçam a necessidade de equilibrar ganhos produtivos com estratégias de baixo carbono, garantindo a competitividade do agro brasileiro em um contexto de crise climática.

    Matéria – Jornal da USP

    Imagem – A cana-de-açúcar foi escolhida como foco devido à sua importância econômica para o Brasil – Foto: José Reynaldo da Fonseca/Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

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