• A Revista Analytica é especializada em Controle de Qualidade das Industrias: Farmacêutica, Cosmética, Química, Biotecnologia, Meio Ambiente, Mineração e Petróleo.
analytica-blackanalytica-blackanalytica-blackanalytica-black
  • Home
  • Leia a Analytica
  • Notícias
  • Sobre
    • Analytica
    • Expediente
    • Anuncie
    • Publique na Analytica
    • Assine a Analytica
✕

Eletromiografia: como pode colaborar para o desenvolvimento de dispositivos mais eficientes

Ao longo dos anos diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas na tentativa de criar aparelhos que conectem uma máquina, como um exoesqueleto com o cérebro, através das atividades elétricas, sendo um exemplo o projeto Telepathy, da Neuralink. Tal dispositivo conta com 64 fios e 1024 eletrodos que registram os sinais neurais. Assim, tais comandos chegam a um aplicativo, que decodifica como a pessoa quer se mover e o indivíduo consegue realizar o movimento.

No início de 2024, em um homem de 29 anos que ficou tetraplégico ao sofrer um acidente durante um mergulho, implantou o chip, entretanto, houve um problema, alguns dos fios não estabeleciam mais conexão com o aplicativo e buscando ajustar a situação, os cientistas conseguiram redirecionar as tarefas daqueles fios para outros. Outro caso é da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça, que através de implantes colocados na coluna e no cérebro que conseguem estabelecer ligações com as pernas e pés, possibilitou uma pessoa paralítica andar apenas com o pensamento.

Todavia, um dos casos de maior sucesso é o exoesqueleto de Miguel Nicolelis. O neurocientista deu início aos estudos em 1999, junto de John J. Chapin, que profetizaram o conceito de interface cérebro-máquina, ou seja, como um pensamento pode controlar um aparelho fora do corpo. Eles notaram que antes de uma ação ser realizada, uma série de impulsos elétricos são gerados, passam para a medula espinhal e apenas depois o comando é realizado. Então, no tempo anterior a ação ser feita, os sinais elétricos iriam para um computador, que iria processar os potenciais elétricos e traduzisse os para a máquina receber a informação e entender o movimento que vai ser realizado.

Os experimentos em animais apresentaram muito sucesso e acabaram promovendo mais uma conclusão, se o feedback do movimento tivesse força suficiente, o cérebro obtém uma capacidade de conseguir incorporar o exoesqueleto como uma extensão do corpo. Com essas pesquisas, Nicolelis e uma grande equipe trouxeram um avanço ainda maior para a ciência, quando na Copa do Mundo de 2014, o jovem Juliano Pinto, que sofreu um acidente de carro e por quase oito anos não conseguia mais mover seus membros inferiores, utilizou o exoesqueleto e deu um chute que ficou marcado para a história.

O ocorrido na abertura do evento esportivo foi um importante passo para a ciência. Ademais, o desenvolvimento dos estudos na medicina da eletroneuromiografia podem contribuir ainda mais para a criação de próteses. A eletromiografia é um exame solicitado em alguns casos para pacientes que apresentam suspeita de distúrbios neuromusculares ou que já foram diagnosticados com tais condições, com o intuito de checar a efetividade dos tratamentos e a progressão da doença.

O teste é uma representação gráfica das atividades neurais relacionadas com ao músculo, tanto no momento de repouso, quanto de contração. Na primeira parte do exame, da eletromiografia, agulhas com eletrodos nas pontas são colocadas nos músculos e o paciente é instruído a fazer alguns movimentos. Assim, os sinais elétricos são monitorados e vão para um computador. Na segunda parte, há um estudo de condução nervosa, em que os eletrodos são postos na pele sobre os nervos em diversas partes do corpo e são estimulados alguns impulsos elétricos. De tal modo, é possível analisar a velocidade da condução nervosa, amplitude dos sinais e a capacidade efetiva dos nervos.

Unindo esse exame médico com a realidade virtual, a Meta planeja lançar nos próximos anos uma pulseira na qual os usuários consigam controlar dispositivos apenas com o movimento dos dedos. Através de análises da eletromiografia, é possível rastrear os movimentos da mão de forma muito mais precisa e superando restrições do rastreamento virtual. Além disso, esse aparelho promove uma conexão maior entre a realidade virtual e a aumentada, representando mais um avanço nas tecnologias.

O desenvolvimento da ciência, principalmente nas áreas que tangem a medicina e a biomecânica podem promover a efetivação de próteses e dispositivos cada vez melhores e mais acessíveis às pessoas que sofrem de alguma paralisia. A eletromiografia é uma técnica que aparenta ser promissora para esses avanços, já que a pulseira da Meta utiliza esse teste e a conexão promovida entre as diferentes realidades é mais um passo dado pela ciência.

 

Matéria – Exame – Jovens Cientistas Brasil

Imagem – Ig Nobel 2012 (Michael Faes)

Compartilhar

Artigos Relacionados

Capa ilustrativa do Manual da Anvisa sobre cálculo da Estimativa da Toxicidade Oral Aguda (ETA) para produtos saneantes – Outubro de 2025.
27 de outubro de 2025

ANVISA publica manual para o cálculo da toxicidade oral aguda em saneantes


Leia mais
Laboratório moderno e iluminado com microscópios e instrumentos em bancadas de análise química
24 de outubro de 2025

O mercado de instrumentação analítica acelera no Brasil: portabilidade, digitalização e crescimento sustentável redefinem os laboratórios


Leia mais
Ilustração científica de materiais orgânicos com brilho quântico representando energia solar e coerência eletrônica.
22 de outubro de 2025

Revolução Quântica na Energia Solar: quando moléculas orgânicas desafiam as leis da física


Leia mais

Leia a última edição

permution
Ohaus

Últimas notícias

  • Laboratórios Sustentáveis: Transformando Desafios Ambientais em Oportunidades de Inovação
  • Interpretação de espectros na espectrometria de massas: da fragmentação à dedução estrutural
  • Rastreabilidade: o DNA da qualidade em laboratórios com BPL
  • Tudo o que você precisa saber sobre a produção de água quente e fria para injeção
  • ANVISA publica manual para o cálculo da toxicidade oral aguda em saneantes
  • Colunas de HPLC: o que o envelhecimento revela sobre a estabilidade dos métodos
© 2020 . All Rights Reserved. Revista Analytica