Efeito estufa – Realidade – Possível futuro

Hoje, enfrentamos em todo planeta, os efeitos de um aquecimento anormal, afirmado e atestado pelos cientistas, o qual está ocasionando inundações, nevascas, incêndios e outros problemas ambientais, que estão custando o nosso valor mais precioso a ser pago, nossa própria vida.
O nome, efeito estufa, está sendo divulgado já a décadas, e da forma como é colocado, a primeira impressão que qualquer pessoa tem, ou teve, é que isto foi criado pela poluição, e num pensamento, digamos, leigo, seria o ideal acabar com este efeito para voltarmos a normalidade.
Isto é completamente equivocado, existe vida na Terra como temos, devido ao efeito estufa NATURAL.
Este efeito é proporcionado por alguns gases como: vapor de água, dióxido de carbono, metano, oxido nitroso e outros gases, que ocorrem naturalmente nos ciclos naturais do planeta, sendo que estes conseguem ajudar no aquecimento da superfície terrestre mediante a entrada da luz solar.
Se isto não ocorresse assim, a Terra teria uma temperatura média negativa, em torno de -17°C, e não 15°C de média (considerando todos os pontos da Terra) o que proporciona a vida como temos e conhecemos.
O problema todo está no aumento da concentração de gases que proporcionam o efeito natural.
Na concentração natural dos gases de efeito estufa, temos o seguinte processo, parte da luz solar é refletida e sai do planeta, outra parte é absorvida pelos gases, que refletem este calor de volta para a superfície, fazendo o efeito de uma “estufa”.
Quando esta concentração dos gases é muito elevada, a saída do calor fica prejudicada e por consequência permanece por mais tempo na atmosfera, fazendo com que os fenômenos climáticos ligados ao aquecimento se exacerbem.
Simplificando, o calor não sai de forma natural, e acaba aquecendo em demasia os ecossistemas que possuem um ciclo estável.
Resultado: chuvas anormais, nevascas acima da média e incêndios sem controle, como estamos vendo nos últimos anos.
Problema afirmado pelos cientistas: Não podemos deixar a temperatura média do planeta subir 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Problema constatado: no fim de 2024, foi registrado 1,55°C acima dos níveis pré-industriais.
A meta era evitar isto até 2027.
Os problemas decorrentes disto estamos sentindo onde quer que estejamos residindo, seja Brasil, EUA, Europa, Ásia ou África.
Existe algo que vá tirar este excesso dos gases de efeito estufa da atmosfera no momento.
A resposta é: NÃO.
Não conseguimos tirar, pois eles entram num ciclo e se transformam, mas a contínua produção deles, seja por queima de combustíveis ou outras atividades antrópicas, faz com que eles sejam alimentados, e acabam ficando nesta concentração alta.
A forma de diminuirmos então é atuar junto as fontes de emissão dos gases.
O que não podemos fazer, é negligenciar tal fato.
O ideal é diminuir a produção destes gases, e não aumentar, ou pior, criar novas fontes que incrementem o problema.
Países que venham a incentivar tais coisas, estão na contramão da solução do problema.
Exemplo: aumentar a produção de petróleo com intuito de manter ou ainda aumentar a frota de veículos que utilizam motores com princípio de combustão de derivados fósseis.
Quando aumentamos a produção de petróleo, não temos apenas o aumento da crise climática, mas também dificuldade na substituição dos derivados de petróleo que não são exclusivos para queima, como gasolina, óleo diesel ou querosene de aviação.
Lembrando que quando refinamos o petróleo, não geramos apenas gasolina e diesel, mas outros produtos que, hoje nossa sociedade é extremamente dependente, como os produtos poliméricos, por exemplo, e uma infinidade de outros produtos que estão incorporados a nossa vida cotidiana.
A continuidade em nível acelerado e aumentado da produção de petróleo pode fazer com que a substituição dos derivados de petróleo nas nossas industrias , por alternativas menos poluente, seja ainda mais retardada, o que fará com que o problema climático atual persista, ou lamentavelmente piore.
Todos os mandatários insistem que a exploração do petróleo traz mais divisas para o país, o que é uma realidade secular.
Isto é uma verdade atual, petróleo gera muito lucro, e a sua quantidade ainda a ser explorada no planeta é gigantesca, podendo até chegar ao fim deste século.
Aumentar o refino e consumo de petróleo pode deixar um país mais rico, o que seria muito bom para seu povo, mas temos que pensar no planeta.
Os seres humanos que hoje habitam aqui, como nós por exemplo, estão pagando um preço alto, por não termos uma alternativa rápida para substituição de todos os derivados do petróleo.
Os estudos e até alternativas já testadas para substituição de alguns derivados já são uma realidade, mas com o intuito de continuar com o petróleo como base da nossa civilização atual, fica inviável a efetiva substituição, na verdade um risco econômico para quem for contra a demanda de petróleo.
Na nossa visão, a natureza está avisando: “as intempéries sempre existiram, são um problema natural secular, mas não as provoque, pois não são do seu controle parcial ou total”.
Se estas fossem de nosso controle, muitas civilizações antigas não teriam deixado de existir.
Prof. Dr. Rogerio Ap. Machado