Ivo Ázara – Chefe da Divisão de Metrologia Óptica
Iakyra B. Couceiro – Pesquisador no Laboratório de Radiometria e Fotometria – programa Pronametro
Laboratório de Radiometria e Fotometria (Laraf)
Divisão de Metrologia Óptica (Diopt)
Diretoria de Metrologia Científica e Tecnologia (Dimci)
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
Considerando que a iluminação artificial é de grande importância para toda a população, o Inmetro atua nessa área tanto na regulamentação de produtos de iluminação, relacionada a dois regulamentos [1][2], como na área de metrologia científica, em que a Divisão de Metrologia Óptica (Diopt) atua em Fotometria, que é o estudo da luz visível, incluindo a iluminação artificial, conforme a percepção do ser humano. Isso tem impacto em relação à segurança, ao trabalho, aos estudos, ao lazer, e em praticamente todas as atividades. Inicialmente, a fotometria se dedicava a estudar grandezas quantitativas, tais como o fluxo luminoso (quantidade de luz produzida por uma fonte luminosa – lâmpada, luminária ou outra), a iluminância (fluxo luminoso que atinge determinada área), e a luminância (fluxo luminoso emitido por determinada área). Modernamente, são consideradas também de grande importância para a área de iluminação as grandezas qualitativas (colorimétricas), tais como a temperatura correlata de cor (TCC) e o índice de reprodução de cores (IRC). Os padrões tradicionais na fotometria são lâmpadas incandescentes, que apresentam características muito próximas entre si [3][4]. Com o advento da iluminação com LED, observa-se grande variação entre um produto e outro, especialmente quanto à TCC e ao IRC. Devido a isso, é conveniente a utilização de um conjunto de padrões com LED, cobrindo essa faixa de variações [5]. O Inmetro está trabalhando numa solução prática que visa evitar a necessidade de manter constante a temperatura do padrão (solução complexa e cara) ou de se esperar um longo tempo para a sua estabilização. Além disso, o método independe da temperatura ambiente. O primeiro protótipo na área já foi montado e pode ser observado na Figura 1.
Esse protótipo, depois de testado e caracterizado, pode ser usado como um padrão de referência na área de iluminação.
Uma outra aplicação de fotometria que pode ser destacada é a relacionada ao desenvolvimento de métodos de medição para equipamentos luminosos de sinalização, especialmente com luz pulsante. Para essas medições foi usado o goniofotômetro do Inmetro (Figura 2). Esse equipamento foi projetado especificamente para realizar medição de luminárias convencionais (para iluminação), por isso a equipe do Laboratório teve que desenvolver metodologias próprias para que esse tipo de medição pudesse ser oferecido aos clientes. Na Figura 3 pode-se observar o tipo de pulso gerado por um sinalizador pulsado.
Um outro tipo de desenvolvimento realizado pelos pesquisadores da Diopt é em relação a visão mesópica, região entre as funções fotópica (visão com a luz do dia ou em locais como uma sala de aula ou um escritório) e escotópica (visão com a luz de um céu noturno sem nuvens). Em iluminação pública normalmente encontramos esses níveis intermediários em que o desempenho visual é dependente da composição da luz emitida, chamada de espectro luminoso, como mostrado na Figura 4.
Isso é especialmente importante com a iluminação com leds, porque existe grande variação entre os espetros das fontes, que devem ser analisados para a avaliação do seu uso na visão mesópica. O laboratório hoje já desenvolveu uma metodologia de medição que contempla essa região e dispõe de condições para medir o espectro luminoso das fontes LEDs, além de determinar o fator específico para avaliação do desempenho na função mesópica, chamado S/P (dos termos em inglês scotopic e photopic).