Analitica Latin America: Ciência forense como aliada no controle de dopagem no esporte
Estratégias e métodos para controle de dopagem no esporte são amplamente discutidos entre acadêmicos e a indústria científica próximo às Olimpíadas 2020.
A atividade de Controle de Dopagem no Esporte completou 50 anos, e a partir da criação da Agência Mundial Antidopagem, em 1999, a atividade adquiriu um ritmo de evolução acelerado. Hoje, a ciência antidopagem se tornou um campo multidisciplinar, onde a toxicologia forense avança a cada ano.
Durante o 6º Congresso Analitica, realizado entre os dias 24 e 26 de setembro, o coordenador do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, Henrique Marcelo Gualberto apresentou o que é considerado o Estado da Arte na detecção antidopagem, as principais estratégias analíticas, assim como importância da evolução tecnológica da instrumentação.
“Mais de 99% dos casos de doping são observados pela presença de substâncias proibidas, então temos um papel muito particular em relação a ciência forense, que também conhecemos como controle de dopagem no esporte, que faz com que nossa área seja algo muito singular”, explica.
Além dos dopantes clássicos citados na apresentação, como diuréticos, narcóticos, agentes anabólicos ou estimulantes, o pesquisador também ressaltou a descoberta da nova geração de substâncias proibidas, como o Cobalto, Xenônio e outros agentes ativadores de hipóxia (HIF). Ele explica que o desafio para detecta-las está se tornando cada vez mais descomplicado a partir da tecnologia forense.
“Os principais métodos para a detecção de dopagem são a cromatografia gasosa ou líquida acoplada ao espectrômetro de massas, sendo atualmente os mais utilizados em análises laboratoriais de dopagem por esteroides”, contou, ressaltando a importância da Química Forense na detecção e quantificação detalhada de substâncias proibidas na prática esportiva.
A ciência forense é considerada uma área interdisciplinar, pois envolve física, química, biologia, entre outras. Tem como objetivo principal o suporte a investigações referentes a justiça civil e criminal.
Com as Olimpíadas de Tóquio em 2020 chegando, esse assunto está sendo amplamente debatido entre a acadêmicos, indústria esportiva e científica no mundo.
Inovações complementam a experiência do visitante na Nano Trade Show
Paralelo à Analitica Latin America acontece, mais uma vez, a Nano Trade Show, evento que reúne as principais empresas, organizações e iniciativas do setor de nanotecnologia. Presente no espaço está a Rede MT Nanoagro, uma iniciativa de professores e pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, em Cuiabá, para incentivar pesquisas e o desenvolvimento da nanotecnologia no Brasil.
Para o evento, a rede de pesquisadores trouxe diversas aplicações nas áreas de nanobiotecnologia, nanopesticidas, nanotecnologia em alimentos, pontos quânticos de carbono, entre outras inovações. A pesquisadora Katiuchia Takeuchi, que é engenheira de alimentos, demonstrou uma de suas criações disponíveis no estande: uma castanha do Brasil recoberta com nanofilme ativo e antioxidante. Com esse revestimento, a vida útil da castanha pode aumentar em até 4x, além de diminuir o aspecto de ransificação que costuma aparecer no fruto. “Eu preparei uma nanoemulsão com tocoferol que possui vitamina E, um excelente antioxidante. É bom tanto para o fruto, que dura mais tempo, como para quem consome, pois a vitamina é ótima para nosso organismo. E como é feita com nanotecnologia, não faz nenhuma diferença no sabor e nem possui contraindicações”, explica.
Quem também trouxe novidades foi a Embrapa, com soluções para a nanotecnologia verde. Em parceria com a Tecsinapse, o pesquisador Luciano Paulino da Silva apresentou uma das inovações inéditas que o instituto está investindo, os nanopigmentos magnéticos, que são materiais com um alto valor de magnetismo e também estão organizados em nanoescala. Os produtos nanométricos podem ganhar novas propriedades, como no caso dos nanopigmentos que possuem maior reatividade aumentada.
“Esse material era muito limitado em cores, tendo do marrom avermelhado, ao preto. Quando aplicamos o campo magnético ele acaba apenas arrastando o material, o que o torna limitado no uso de algumas aplicações. Após quatro anos de pesquisa, desenvolvemos uma nova tecnologia de nanoescala com novos atributos de cores. Aplicando um imã em qualquer dessas cores, geramos uma movimentação magnética e isso abre um grande leque para que os pigmentos sejam aplicados e usados nos mais variados setores”, explicou Silva.
Primeira edição da Rodada de Negócios terminou cheia e registrou mais de R$10 milhões em negócios
Na manhã desta quarta-feira, 25, aconteceu a Rodada de Negócios na Analitica Latin America. Pela primeira vez, o evento recebeu uma rodada e já agradou muito quem participou da atividade. “Achamos o modelo bem interessante, diria até de vanguarda em comparação com outros eventos que participamos.
Encontramos novos fornecedores com interesse em desenvolver projetos e acreditamos que pelo menos 20% dos clientes que atendemos irão fechar negócio. Acredito que uma atividade como essa otimiza ainda mais a nossa participação na feira”, comentou Alexandre Cunha, supervisor de vendas da Veolia.
Em duas horas de rodada foram 190 reuniões, com a presença de 18 expositores e 65 compradores, que movimentaram 11.500 milhões de reais. Para Jaqueline Silveira, especialista de qualidade da Givaudan, que buscava novidades em fragrâncias, a rodada superou as expectativas.
“É a primeira vez que participo de uma rodada de negócios e vim em busca de novidades em materiais que já usamos, com inovações dentro do nosso escopo de atuação, ver como o mercado está nesse aspecto. Achei a rodada muito focada no que estávamos procurando, juntando mesmo a necessidade das duas pontas. Achei interessante o formato e o tempo de cada reunião”, concluiu.