A demanda da América Latina por hidrogênio pode crescer até dois terços até 2030, reforçando o apoio para hidrogênio de baixo carbono na região no processo, de acordo com o novo relatório da agência. O documento diz também que o hidrogênio, sendo uma tecnologia limpa promissora, mas ainda não desenvolvida, poderia beneficiar a economia da América Latina. “A próxima década será crucial para a promessa de longo prazo de hidrogênio de baixo carbono na América Latina, e muito pode ser feito hoje para desenvolver e demonstrar tecnologias emergentes e preparar o terreno para seu futuro aumento de escala“, disse o relatório.
Já no cenário do caso acelerado, a demanda aumentaria 67%, chegando a 6,8 milhões de toneladas. O impulso viria de novas aplicações em transporte e indústria, bem como uma implantação de infraestrutura, como estações de recarga para veículos elétricos, cujas baterias podem funcionar com células de combustível de hidrogênio.
A infraestrutura de produção de hidrogênio é altamente variável na região atualmente, já que quase 90% da indústria está localizada em cinco países, detalhou a AIE. Quem parece estar mais avançado é o Chile, que planeja se tornar uma “força motriz da economia do hidrogênio”. O país tem metas específicas de produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo até 2030 e ser um dos três maiores exportadores de hidrogênio até 2040.
Na indústria siderúrgica, o Brasil e o México juntos responderam por 80% de toda a produção regional. Assim, o relatório vê que os dois países podem ser uma importante fonte de demanda para o hidrogênio.
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Em suma, a região tem uma base para desenvolver ainda mais uma indústria regional de hidrogênio. Mas construir uma cadeia de valor de hidrogênio mais robusta representa um desafio complexo que exigirá capital e atenção política ao longo de décadas.
As instalações de hidrogênio existentes na região poderiam se beneficiar com o retrofit com tecnologias de captura e armazenamento de carbono, como usinas de amônia e grandes refinarias de petróleo bruto, de acordo com o relatório. A IEA enfatizou a diferença entre as formas atuais de hidrogênio e as futuras, “hidrogênio de baixo carbono” – dos quais a América Latina tem apenas três projetos piloto atualmente.
O potencial de hidrogênio da América Latina existe para uso doméstico e também para exportação. Assim, a capacidade da região de desenvolver energia à base de hidrogênio, para si e para seus parceiros comerciais, poderia, em última instância, trazer um efeito multiplicador dos investimentos feitos hoje, argumenta o relatório.
FONTE: PETRONOTÍCIAS – petronoticias.com.br/