Lançando mão de equipamentos únicos na América Latina, SENAI inaugura Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras
Tecidos que não pegam fogo ou produzidos com pêlos de cães, fragrâncias de perfumes exclusivas feitas a partir de microrganismos. Esses são alguns dos produtos inovadores desenvolvidos no Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, inaugurado na última sexta-feira (8), que possui infraestrutura única na América Latina. A nova sede, de 3.500 m², está localizada no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão.
“Quando vemos o que está sendo desenvolvido neste Instituto, fica claro que a indústria precisa e pode se modernizar com apoio de instituições que já fazem um belo trabalho no Brasil. O brasileiro tem capacidade e inteligência para prestar serviço ao mundo inteiro”, avaliou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, após descerrar a placa de inauguração do centro, que faz parte da rede de 26 Institutos de Inovação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Representando o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, o general Waldemar Barroso Magno Neto, presente à inauguração, destacou que as instituições de ciência e tecnologia resolvem um dos maiores desafios da área que é transformar o conhecimento em riqueza para o país.
“A consciência de que a inovação é o caminho para o futuro do Brasil está disseminada, as pessoas incorporaram esse sentimento. A grande questão é como transformar o espírito inovador que o brasileiro tem em produto, em impacto para a sociedade”, avaliou o general, que é presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “O SENAI é um sistema comprometido com resultado, que tem feito uma coisa inovadora, que é integrar a indústria às universidades e institutos de pesquisa”, complementou.
ESTRUTURA – A nova sede do Instituto possui modernos laboratórios de Biotecnologia, Engenharia de Processos, Transformação Química e Fibras. Possui infraestrutura para atender, por exemplo, a indústria de fibras, fios, tecidos e malhas, as indústrias químicas, aeroespacial, a agricultura, entre outras. Entre os cerca de cem projetos já executados estão o desenvolvimento de nova fibra anti-chamas para uso em tecidos de uniformes de proteção individual; utilização de nanocelulose em curativos para queimaduras e aditivação de grafeno em têxteis para a produção de eletrônicos vestíveis.
A implantação do centro recebeu investimento de cerca de R$ 70 milhões em equipamentos de última geração. “Este Instituto de Biossintéticos tem um papel extremamente importante, que é apoiar a capacidade inovativa da indústria brasileira. O que está sendo desenvolvido aqui são soluções reais, de aplicação da ciência para o desenvolvimento do PIB (Produto Interno Bruto) industrial”, explicou o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. “A indústria brasileira não tem outro caminho senão encarar fortemente a agenda de inovação, que é o pilar central da competitividade”.
Presente também à cerimônia, o deputado Vinícius Farah (MDB-RJ) afirmou que o país só será potência mundial quando conseguir exportar tecnologia. “O Brasil chegou no limite da ausência de tecnologia e só vai conseguir se colocar no nível dos outros países quando conseguir entregar tecnologia de ponta. E é isso o que o SENAI está fazendo: entregando o que há de mais moderno”, avaliou. “Ao ver este Instituto e saber que estruturas como essas estão distribuídas pelo país, ficamos esperançosos de que estamos no caminho certo. Que o país, o governo enxergue o quanto o SENAI pode ser útil nessa transformação que tanto desejamos”, disse.
“O SENAI é um organismo muito importante no sistema nacional de inovação e necessita de interação com a universidade. Uma das missões da universidade é a produção de conhecimento, e esse conhecimento tem de ser veiculado para o mundo empresarial e o SENAI é certamente um dos veículos importantes. Além disso, há a possibilidade de nossos alunos interagirem com esse mundo e aprenderem outras coisas que eles não aprendem na universidade”, avaliou o vice-reitor da UFRJ, Carlos Frederico Leão.