Pulses: conheça os superalimentos que contribuem para a segurança alimentar e o meio ambiente
Ainda que você não saiba o significado de “pulse”, é provável que já tenha consumido ou irá consumir esse tipo de alimento hoje. O termo se refere às leguminosas secas e vem do latim, cujo significado é “sopa grossa”. No Brasil, seus representantes mais conhecidos são o feijão, a ervilha, a lentilha e o grão-de-bico, de acordo com o Instituto Brasileiro de Feijões e Pulses (Ibrafe).
Para aumentar a conscientização pública sobre o papel fundamental que desempenham em todas as dimensões da sustentabilidade, em 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu que 10 de fevereiro seria o Dia Mundial dos Pulses. Rico em proteína, fibras, vitaminas e aminoácidos, este grupo de alimentos tem destaque na segurança alimentar e na saúde além de contribuir para a preservação do meio ambiente. Saiba mais:
Segurança alimentar
Acessíveis e ricos em nutrientes, os pulses são fontes ricas de proteínas para populações com opções dietéticas limitadas. Contêm, em média, de 19% a 25% de proteína, com variedades recém-desenvolvidas ultrapassando 30%, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Além disso, a proteína obtida das leguminosas é significativamente menos cara em comparação à de alimentos de origem animal.
Essas leguminosas também podem ser armazenadas por um longo tempo, sem perder seu valor nutricional, ajudando a aumentar a diversidade das dietas, especialmente em países em desenvolvimento, e reduzir o desperdício.
Outro benefício, de acordo com a FAO, é que espécies de pulses resistentes à seca e de raízes profundas podem fornecer água subterrânea para culturas companheiras quando plantadas em sistemas de consórcio. Isso permite a pessoas que vivem em ambientes secos, onde a segurança alimentar representa um grande desafio, melhorar seus sistemas de produção de forma sustentável utilizando leguminosas adaptadas localmente.
Saúde
Os pulses são considerados os alimentos mais nutritivos que existem, de acordo com a Ibrafe. Chamados de superalimentos por especialistas em nutrição, trazem muitos benefícios à saúde:
- São ótima fonte de fibras, que promovem a saúde digestiva e contribuem para a sensação de saciedade, auxiliando no controle do peso.
- Têm baixo índice glicêmico, ajudando a manter os níveis de glicose sob controle e prevenindo picos de insulina.
- Fornecem uma grande variedade de nutrientes essenciais, incluindo ferro, cálcio, magnésio, potássio, folato e várias vitaminas do complexo B.
- Podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol LDL (o “mau” colesterol), o que é benéfico para a saúde cardiovascular.
- Alguns pulses, como feijão branco e grão-de-bico, são boas fontes de cálcio e magnésio, minerais importantes para a saúde óssea.
Meio ambiente
O cultivo de pulses necessita de pouca água. Enquanto para a cultura de soja, por exemplo, são necessários cerca de 1.700 litros de água para produzir 1 quilograma, para produzir 1 quilo de feijão são necessários 330 litros, de acordo com a Ibrafe.
Os pulses melhoram a absorção de carbono e fixam nitrogênio no solo, o que contribui para melhorar a biodiversidade e a fertilidade da terra, suprimir pragas, doenças e ervas daninhas, além de diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Em casos de rotação de culturas, seu cultivo melhora o rendimento das outras culturas, e seus resíduos são incorporados ao solo.
Além disso, de acordo com a FAO, essas leguminosas têm uma ampla diversidade genética, atributo que permite o desenvolvimento de variedades mais resistentes ao clima.
Matéria – EXAME Solutions
Imagem – Leguminosas secas: Acessíveis e ricos em nutrientes, os pulses são fontes ricas de proteínas para populações com opções dietéticas limitadas. (piyaset/Getty Images)