Material ativado por luz apresenta bons resultados no tratamento de dejetos têxteis
Processos fotoeletroquímicos têm sido apontados como alternativas sustentáveis para a remediação de águas contaminadas por efluentes domésticos ou industriais. Grosso modo, a estratégia consiste em usar a energia solar para degradar poluentes orgânicos.
Em estudo publicado na revista Chemosphere, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) descreveram a síntese de diferentes materiais semicondutores que podem ser usados como fotoanodos (polo que atrai a corrente elétrica) em sistemas fotoeletroquímicos. O artigo também descreve a utilização de um desses materiais na remoção de substâncias tóxicas, como corantes, de efluentes reais da indústria têxtil.
O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). E o CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) apoiado por FAPESP e Shell, com sede em diversas instituições.
Na pesquisa, financiada pela FAPESP por meio de dois projetos (20/14741-6 e 17/11986-5), foram sintetizados semicondutores à base de nitretos de carbono (C3N4) e vanadato de bismuto (BiVO4).
No estudo foram sintetizados semicondutores à base de nitretos de carbono e vanadato de bismuto (imagem: CDMF/divulgação)
O vanadato de bismuto, associado ao uso de energia solar, mostrou grande eficiência na remoção de substâncias tóxicas com baixo consumo de energia elétrica. Os resultados sugerem que o material, de baixo custo e fácil produção, poderá ter aplicações na indústria, especialmente no tratamento de efluentes da indústria têxtil. A produção do material pode ser combinada com a geração de hidrogênio que, por sua vez, pode ser usado na geração de energia elétrica.
O artigo Efficient photoelectrochemical real textile wastewater detoxification using photoanodes C3N4–BiVO4 pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S004565352400208X.
* Com informações do CDMF.
Matéria – Agência FAPESP*