Produto é protagonista de pautas mais sustentáveis e prioridade na busca pela maior descarbonização do setor produtivo no Brasil
O Brasil se estabeleceu no cenário global como uma referência e potência industrial, impulsionado pelos números positivos e o posto de ser o país mais sustentável no setor. O cenário atual, fruto dos esforços de décadas anteriores, já é positivo, mas a tendência é melhorar ainda mais em direção a práticas mais saudáveis ao meio-ambiente, principalmente pela implementação do hidrogênio verde. O produto emerge como uma peça-chave na redução das emissões de carbono e traz uma série de melhorias para o mercado.
O setor acompanha no Congresso Nacional e no Poder Executivo as propostas e projetos de lei que visam instituir o marco regulatório do hidrogênio no Brasil. A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) defende que é essencial instituir um marco regulatório que garanta segurança jurídica para assegurar os investimentos privados na produção e no consumo de hidrogênio sustentável no Brasil. Para isso, sugere que haja correções nos Projetos de Lei nº 2.308/2023 – que dispõe sobre a definição legal de hidrogênio combustível e de hidrogênio verde – e nº 5816/2023 – que trata sobre a indústria do hidrogênio de baixo carbono e suas tipificações.
As indústrias avaliam que o princípio para a construção de um aparato legal regulatório deve ter como prioridade o uso do hidrogênio como um instrumento de descarbonização da indústria nacional, bem como ganho de sua competitividade. Plantas voltadas à exportação deste insumo devem ser autossuficientes, ou seja, elas não podem drenar recursos de projetos voltados para a difusão e consolidação do nosso parque industrial.
O H2V, sigla utilizada para se referir ao carbono verde, é obtido através da eletrólise da água. Esse processo químico consiste resumidamente na separação das moléculas de hidrogênio e oxigênio presentes na água (H2O) através da passagem de uma corrente elétrica entre elas. Isso ocorre com a utilização de energia limpa e renovável, sem emissões de carbono (CO2). Essa produção não apenas reduz a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, mas surge como alternativa aos métodos convencionais de produção de hidrogênio, muitas vezes dependentes de combustíveis fósseis.
No ramo da indústria, esse contexto interfere diretamente na relação entre meio ambiente e desenvolvimento. O hidrogênio verde surge como redutor da dependência de combustíveis fósseis e diminui as pegadas de carbono associadas a este processo. Isso não apenas alinha as operações das empresas com as metas ambientais globais, mas também responde à crescente demanda social por ações e produtos sustentáveis.
“A indústria química brasileira já é a mais sustentável do mundo, mas aumentando e incentivando o uso do H2V vai impulsionar ainda mais o setor. Isso implica em uma série de pontos positivos, tanto ambientais quanto economicos, mas é importante ressaltar que ainda elevaria a indústria nacional a um novo patamar. Com menos emissão de carbono, o Brasil daria um novo passo na neoindustrialização e teria maior equilíbrio na balança comercial de químicos”, defende André Passos Cordeiro, Presidente Executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Ainda somam à lista de benefícios os fatos de que, com o Brasil engajado na produção de hidrogênio verde, o país se desenvolve ao mesmo passo com a criação de novos empregos, a chegada de investimentos e o apoio às pesquisas tecnológicas. Porém, o processo ainda carece de maior regulamentação, por isso o setor solicita com urgência a implementação de leis e normas que dariam maior segurança aos investidores e iriam colaborar neste desenvolvimento.
“Sabemos que a adoção maciça do H2V sinaliza um futuro mais limpo e competitivo para a indústria, mas também precisamos reconhecer que precisamos primeiro estabelecer uma base de operação para seguir com esse processo. Creio estarmos no caminho certo e esse setor do Brasil vai alcançar um posto ainda maior de referência global em sustentabilidade”, complementa André Passos.
Por ter uma grande capacidade de produzir o hidrogênio verde, a indústria brasileira consegue aproveitar o insumo para exportar ou consumir internamente, proporcionando uma vantagem competitiva no assunto. Ou seja, a cada passo dado na inserção do H2V na indústria nacional, mais o país se fortalece como player no mercado.
O hidrogênio
Usado muito como insumo na indústria química, o hidrogênio é um dos elementos mais comuns da natureza. No entanto, ele está mais presente combinado com outros itens, como o oxigênio no caso da molécula de água. Por isso, existem processos diferentes de isolamento do hidrogênio, separados por cor de acordo com a forma como é feito.
Existe o preto (por gaseificação do carvão mineral), cinza (reforma a vapor do gás natural), marrom (gaseificação do carvão mineral) branco (extração natural), rosa (energia nuclear), azul (reforma a vapor do gás natural, mas com captura do carbono, diferente do cinza) e, em destaque o verde, o mais sustentável e produzido com fontes renováveis destes, além do chamado hidrogênio verde e amarelo, produzido a partir do etanol.
Abiquim – Completando 60 anos em 2024, a Associação Brasileira da Indústria Química (www܂abiquim܂org܂br) é uma entidade sem fins lucrativos que congrega indústrias químicas de grande, médio e pequeno portes, bem como prestadores de serviços ao setor químico nas áreas de logística, transporte, gerenciamento de resíduos e atendimento a emergências. A Associação realiza o acompanhamento estatístico do setor, promove estudos específicos sobre as atividades e produtos da indústria química, acompanha e contribui ativamente para as mudanças na legislação em prol da competitividade e desenvolvimento do setor e assessora as empresas associadas em assuntos econômicos, técnicos e de comércio exterior. Ao longo dessas seis décadas de existência representando o setor químico, a Abiquim segue com voz ativa, dialogando com seus stakeholders e buscando soluções para que a indústria química brasileira faça o que vem fazendo de melhor: ser a indústria das indústrias.
Sobre a Indústria Química
Provedora de matérias-primas e soluções para diversos setores econômicos – agricultura, transporte, automobilístico, construção civil, saúde, higiene e até aeroespacial – a indústria química instalada no Brasil é a mais sustentável do mundo. Para cada tonelada de químicos produzida, ela emite de 5% a 51% menos CO2 em comparação a concorrentes internacionais, além de possuir uma matriz elétrica composta por 82,9% de fontes renováveis – no mundo, essa média é de 28,6%. Esta marca só foi possível graças a uma série de pesquisas, inovações e melhorias que foram introduzidas pela química ao longo dos anos, paulatinamente, como a eletrificação de equipamentos e produção in loco de energia renovável, bem como a migração de fontes fósseis para insumos alternativos, como o etanol.
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